Alertas Crescentes
A Europa está passando por um momento de crescente tensão e incerteza. A possibilidade de um conflito em larga escala está se tornando uma preocupação real para muitos países do continente. Neste blog, vamos explorar os recentes alertas de líderes europeus, a escalada da guerra na Ucrânia e os preparativos que estão sendo feitos para um possível conflito. A frase “guerra ameaça Europa” nunca foi tão pertinente quanto agora.
O Crescimento da Procura por Bunkers
Recentemente, a Espanha registrou um aumento de noventa por cento na procura por bunkers antibombas. Essa não é uma manchete dos anos trinta ou quarenta, mas um reflexo da realidade de dezembro de 2024. Os cidadãos espanhóis, preocupados com a possibilidade de uma nova guerra mundial, estão buscando abrigos subterrâneos para se proteger de possíveis ataques. O governo espanhol, por sua vez, está preparando um guia com conselhos sobre como se comportar em caso de guerra.
Mas a Espanha não está sozinha. Vários alertas foram feitos por autoridades de diferentes países europeus, enfatizando a necessidade de preparação para um possível conflito que poderia envolver múltiplos territórios. A escalada da guerra na Ucrânia nas últimas semanas intensificou essa preocupação, levando muitos a acreditar que a terceira guerra mundial já poderia ter começado.
Alertas de Líderes Mundiais
Líderes europeus e ocidentais têm soado o alarme sobre a necessidade de se preparar para um conflito de grandes proporções desde o início da guerra na Ucrânia. A urgência desses alertas aumentou recentemente. Durante a cúpula do G20 no Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que permitiria que a Ucrânia atacasse o território russo usando mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA. Essa decisão foi seguida por ataques ucranianos a alvos na Rússia, o que provocou uma resposta rápida de Vladimir Putin.
Após os anúncios de Biden, Putin implementou mudanças significativas nos critérios de uso de armas nucleares. Anteriormente, o uso de armas nucleares era permitido apenas em situações de ameaça à existência do estado. Agora, a Rússia se reserva o direito de usá-las em caso de uma “ameaça crítica” à sua soberania ou integridade territorial. Essa mudança gerou incerteza e preocupação, uma vez que a falta de clareza sobre o que constitui uma “ameaça crítica” é vista como uma estratégia deliberada de ambiguidade.
A Resposta da Rússia
A Rússia já demonstrou sua capacidade de atacar com novos tipos de mísseis, reforçando a ideia de que poderia, se quisesse, utilizar armas nucleares. Isso ocorreu na mesma semana em que Putin ameaçou atacar bases militares do Reino Unido, dos Estados Unidos e de qualquer outro país que estivesse fornecendo armas à Ucrânia. O tom dos alertas na Europa começou a se intensificar após esses anúncios.
O primeiro-ministro da Polônia declarou que existe uma ameaça séria e real de guerra global. No Reino Unido, o vice-chefe do Estado-Maior afirmou que as forças britânicas estão prontas para lutar, caso Putin decida invadir outro país. O atual embaixador da Ucrânia no Reino Unido, que também é ex-comandante-chefe militar, acredita que a terceira guerra mundial já teria começado, dada a crescente ajuda que a Rússia recebe de aliados como China, Irã e Coreia do Norte.
Preparativos na Europa
Em resposta a esses alertas, vários países europeus estão tomando medidas práticas para se preparar para um possível conflito. Na Suécia, milhões de cidadãos começaram a receber panfletos que orientam sobre como se preparar e lidar com cenários de guerra e outras crises inesperadas. O governo sueco admitiu que a possibilidade de guerra não pode ser descartada. A Noruega também distribuiu orientações semelhantes, pedindo que os cidadãos se preparem para se virar sozinhos em situações extremas.
A Finlândia, por sua vez, publicou orientações online sobre preparação para incidentes e crises, enfatizando que suas autoridades estão bem preparadas para um ataque armado. O movimento de adesão à OTAN por Suécia e Finlândia foi considerado um revés para Putin, especialmente porque a Finlândia possui uma extensa fronteira com a Rússia. Essa mudança de aliança gerou preocupações sobre possíveis retaliações por parte de Moscou.
A Corrida por Abrigos Antibomba
Além de se preparar mentalmente e logisticamente, muitos países europeus estão experimentando uma corrida por abrigos antibomba. Na Espanha, a demanda por bunkers aumentou consideravelmente. Uma empresa especializada em abrigos subterrâneos está recebendo cerca de vinte consultas por dia. No entanto, a construção de um abrigo particular não é acessível a todos, com custos que podem chegar a sessenta mil euros.
A Alemanha também está se mobilizando, com autoridades locais elaborando um novo levantamento de bunkers que podem servir como abrigo para civis. O governo está incentivando a população a criar abrigos em suas casas, adaptando porões e garagens para situações de emergência. A preocupação com a segurança está se tornando uma prioridade em várias nações europeias.
Há Motivos para Preocupação?
Com todas essas ações e reações, surge a pergunta: há realmente motivos para tanta preocupação? O especialista Richard Kaplan, da Universidade de Oxford, acredita que os preparativos são justificados. Ele aponta que, se um país membro da OTAN for atacado, a aliança considera que todos os membros foram atacados, o que aumenta a gravidade da situação.
As guerras do passado ainda influenciam a reação das pessoas na Europa. O editor de Rússia da BBC News, Steve Rosenberg, ressalta que é difícil prever o que Putin fará a seguir, e talvez nem mesmo o presidente russo saiba. Essa incerteza torna a situação ainda mais crítica. Além disso, a possível volta de Donald Trump à presidência americana em 2025 pode alterar o rumo do conflito, uma vez que Trump expressou a intenção de acabar com a guerra na Ucrânia e a ajuda militar dos EUA.
Acompanhando os Desdobramentos
Enquanto a tensão na Europa continua a crescer, a cobertura da situação permanece fundamental. A guerra na Ucrânia e suas repercussões em todo o continente são temas que merecem atenção constante. A BBC Brasil continuará a acompanhar todos os desdobramentos da guerra, trazendo as principais notícias e análises sobre o assunto.
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Em um momento em que “guerra ameaça Europa”, é essencial estar bem informado e preparado para as incertezas que podem surgir. A situação é volátil e as repercussões de cada ação podem ser significativas. Acompanhe as notícias e prepare-se para o que está por vir.
Obrigado pela leitura e até a próxima!